Agosto de 2011. Frio, chuva demais. As noites no Campus Avançado da FURG em Santa Vitória do Palmar só não são terríveis porque e a turma do segundo semestre do curso de Turismo Binacional não deixa. O grupo é, de fato, participativo. Percebem-se diversos antagonismos. Os debates, na maioria das vezes, tomam corpo e se tornam densos. Excelente! “Penso, logo existo”, ou “penso, logo...insisto” (como diria meu mestre Nei Lisboa, gênio da música popular gaúcha).
Talvez nossas salas de aula abriguem o maior índice de cuias de chimarrão por metro quadrado de todo o Estado. O mate também ajuda a manter o calor e digerir diferenças. E há os professores, com suas propostas muitas vezes provocantes. Como esta, do professor Michel Constantino, da disciplina de Patrimônio Turístico, de fecharmos o semestre com uma feira popular na Praça General Andréa.
Trabalho em grupo. 32 alunos... Divergências. Diversidade de ideologias, de maneiras de pensar e até de ritmos de ação... Congregar tudo isso para um resultado final positivo não apenas para a turma, mas para a comunidade de Santa Vitória.
Recriar, na nossa praça recém reformada (com a reforma ainda em andamento, aliás), um verdadeiro mercado das pulgas, como a belíssima Feira de Santelmo, em Buenos Aires, ou a apaixonante feira de Tristán Navarra, em Montevidéu. Brindar a população de Santa Vitória com alguma coisa que lembre o meu tão querido Brique da Redenção. Aproximar a nossa comunidade do universo acadêmico. Apontar uma possibilidade de atrativo turístico. Organizarmos algo que, se bem trabalhado, poderá gerar frutos.
Impossível não abraçar o desafio com unhas e dentes. Mas... por onde começar?
Cláudia Schwab
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