A Feira mudou de nome. Alguns dos familiares do Zezinho discordaram do “Me leva”. É uma história bela e poética, mas deu origens, ao longo da vida do Zezinho, a más interpretações e distorções. Aquela coisa de “quem conta um conto aumenta um ponto”. E o que queremos é apenas homenageá-lo, tratando de preservar sua memória.
Então, optamos por alguma coisa que identificava muito nosso amigo. Quem nunca perguntou a hora para o Zezinho? Quem nunca se maravilhou ao vê-lo responder, apenas olhando para os dedos ou para o céu, a hora certa. Exata. O Zezinho da hora. O Zezinho do vento, dos dias de chuva ou de sol. O Zezinho cuja lucidez escapava aos olhos da maioria.
Para mim, o Zezinho sempre lembrou a infância, lembrava meu pai e minha mãe passeando de mãos dadas pelas ruas desta nossa cidade tão bonita. E agora, quando ando pela Barão e não o vejo sentado em uma mesinha da Padaria Amanhecer (antes sentava-se no Chico's, mas até o Chico's fechou...), parece que ele vai aparecer na porta, a qualquer instante, dizendo daquele jeito todo seu: “Vai chover, hein?!” ( e parece que verei meu pai atravessando a rua e perguntando: “Zezinho! Que horas são? Quero acertar o meu relógio!”)
Cláudia Schwab
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